terça-feira
sobre meu medo de aviões
No meio do meu pânico, eu sempre olho para o cara quase invariavelmente bizarro sentado do meu lado. Se ele tiver uma aliança, eu me sinto mais calma. Porque pelo menos eu sei que ele tem alguém que está esperando em casa. Alguém para voltar. Então ele está tão preocupado quanto eu. (sei que um dia vou quebrar a cara com todo esse meu lado romântico)
sábado
quinta-feira
aventura rápida (parte um)
Naquela manhã eu iria me apaixonar. Ninguém disse que seria tão repentino, ou até tão sem sentido e nada identificável quanto foi. Não sei nem se estou apaixonada ou não, só sei que desejo com todas as fibras do meu ser tão efêmero tudo que seja você. Não uma folha de caderno ou qualquer coisa idiota de paixonite obsessiva estranha, eu quero você. Em pessoa, carne, ossos, palavras ridículas e tiques estranhos. Você como alguém que me vê e me julga (ou não) de uma forma tão cruel e tão humana que chega a doer no âmago do meu ego. Não sei se já me senti assim antes. Sempre fui o tipo de menina que quando gosta de alguém descobre tudo, até o endereço da criatura, para não fazer nada. Para parar e acenar para as oportunidades quando elas passam. Para sofrer. Para fazer doer e dizer que doeu com orgulho, como uma criança idiota que enfia a mão no fogo só para mostrar a cicatriz para os amigos. Dessa vez não. Sei que não pois mudei. Não da forma efêmera, não como uma reforma, mas sim uma revolução. Dentro de mim. Uma tomada de posse do ínfimo pelo outro lado. Uma revolta daquilo que queria ser livre desde o princípio, daquela mesma coisa que era reprimida por sentimentos primários e obsoletos como culpa. Danem-se. Por mais que não me livre nunca disso, fico feliz de ver que ela, minha cara assombração, não mais está presente quando quero você. Ou quanto quero uma barra de chocolate. O desejo de dizer que eu não disse que gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente me invade e me revolta de tal forma que consegui despir-me de meu eu antigo e vestir-me com o novo lado da mesma moeda. Dói quando ela aparece, mas eu te quero. E por te querer de forma tão cessante, não enjôo, mas me confronto. Não sei se isso é amor, não sei nem se é paixão. Liberdade de pensar quando se sabe do que está falando é liberdade.
Pois bem, eu sei. Sei que quero te ter para mim.
nem que seja por outros dez minutos.
Pois bem, eu sei. Sei que quero te ter para mim.
nem que seja por outros dez minutos.
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